O PREJUÍZO É GERAL
Não é só na pele que os AGEs aprontam das suas. O corpo todo corre perigo quando esses compostos começam a viajar pelo sangue. Alguns especialistas afirmam que, além da pele, eles atingem principalmente as artérias (atrapalhando a circulação sangüínea), as articulações (causando inflamações), a visão (deflagrando a catarata) e os rins (dificultando a filtragem do sangue). Outros estudiosos garantem que os AGEs têm o poder de cessar a multiplicação celular e, para piorar, provocam inflamações. "Se a célula caramelizada for justamente a que forma a cartilagem, esse tecido será danificado, favorecendo uma artrite", exemplifica Cynthia Antonaccio.
Não é só na pele que os AGEs aprontam das suas. O corpo todo corre perigo quando esses compostos começam a viajar pelo sangue. Alguns especialistas afirmam que, além da pele, eles atingem principalmente as artérias (atrapalhando a circulação sangüínea), as articulações (causando inflamações), a visão (deflagrando a catarata) e os rins (dificultando a filtragem do sangue). Outros estudiosos garantem que os AGEs têm o poder de cessar a multiplicação celular e, para piorar, provocam inflamações. "Se a célula caramelizada for justamente a que forma a cartilagem, esse tecido será danificado, favorecendo uma artrite", exemplifica Cynthia Antonaccio.
A GLICOSE DOS ALIMENTOS
O índice (IG) e a carga glicêmica(CG) de alguns alimentos. A carga representa quanta glicose vai parar na circulação numa porção normal. Uma comida pode ter IG elevado, mas, consumida em porções razoáveis, não vai provocar grandes impactos no sangue. A CG é baixa quando é menor que 10; média, se fica entre 11 e 19; e alta quando é acima de 20. Quanto ao IG, o valor é considerado baixo se for igual ou menor que 55, médio de 56 a 69 e alto caso seja igual ou maior que 70.
"Se a glicose, nossa fonte de energia, não consegue entrar nas células, nos sentimos fracos, não temos disposição para a atividade física, o sono fica ruim, entre outras coisas", conta a bioquímica e geriatra Márcia Franckviam, diretora do Centro de Tratamento e Medicina Avançada, em São Paulo. "Além disso, as sobras de glicose acabam estocadas na forma de gordura. Quanto mais tecido adiposo, maior a resistência à insulina", acrescenta a nutricionista Eliane Tagliari, da Clínica Nutribioforma, de Curitiba, no Paraná.
Como você vê, não faltam razões para contabilizar o índice glicêmico. "Hoje em dia ele é ainda mais importante do que as calorias", opina Márcia Franckviam. "Além do IG, outro valor deve ser levado em consideração: o da carga glicêmica", enfatiza Adriana Kobayashi. A tal carga é que indica o quanto um certo alimento é capaz de aumentar a taxa de açúcar no sangue numa refeição. "Veja o caso da cenoura", exemplifica. "O índice glicêmico de uma única unidade é alto, mas só mesmo se enpanturrando dela para isso causar qualquer dano", explica Cynthia Antonaccio. E por comer muito se a carga é baixa entenda-se ingerir uma quantidade absurda.
Ainda que os estragos provocados pelo IG sejam praticamente indiscutíveis, a idéia não é jogar o açucareiro fora nem banir da nossa vida os doces prazeres da boa mesa. Equilíbrio é a palavra-chave. Ninguém ainda estabeleceu o limite de IG permitido por dia. E é bem provável que isso nunca aconteça. "Então, não dá para avaliar o quanto um pedaço de bolo pode ser prejudicial", pondera Márcia Franckviam. E aí é inevitável a gente acaba caindo na ladainha de sempre, que o nutrólogo Edson Credídio resume em uma frase: "O importante é ter um estilo de vida saudável."
DERRETER O CARAMELO
Nos laboratórios, já começou a busca desenfreada por remédios capazes de bloquear o efeito das AGEs. Essas drogas funcionariam como verdadeiros solventes contra os resíduos caramelados sobre as células. Os testes começaram ainda na década de 1990, mas por enquanto tudo não passa de um doce sonho da ciência. "Ainda não há nada publicado sobre o efeito desses remédios em seres humanos", avisa Eliane Tagliari. Por enquanto, além de controlar a dieta, o que se sabe é que substâncias antioxidantes presentes no azeite de oliva, na castanha-do-pará, no abacate e nas frutas cítricas aumentam a resistência das paredes celulares contra as moléculas açucaradas.
CARTAS NA MANGA
Estas dicas evitam que as suas taxas de açúcar aumentem demais e bem rápido
• Faça refeições balanceadas, com alimentos de todos os grupos alimentares — proteínas, fibras e carboidratos.
• Sirva-se de porções pequenas.
• Se estiver com vontade de comer um doce, aproveite para saboreá-lo na sobremesa, depois de uma boa refeição. É muito pior comer o doce antes e com a barriga vazia.
• Evite bater os alimentos no liquidificador, pois isso diminui a quantidade de fibras. Aprenda: fibras dificultam a absorção do açúcar na digestão e, sem elas por perto, o IG dos alimentos vai para as alturas.
• Esta dica é conseqüência da anterior: inclua mais fibras em cada refeição e maneire nos alimentos ricos em carboidratos.
• Dê preferência aos alimentos crus. Se tiver que cozinhá-los, deixe-os no fogo o mínimo possível. Quanto mais cozidos, maior o IG.
• Procure não comer nada com alto índice glicêmico depois das 19 horas. A partir desse horário, o funcionamento de todo o organismo tende a ficar mais lento a digestão inclusive e isso potencializa a ação de um alimento com alto IG.
AÇÚCAR NA BERLINDA
Nos anos de 1980, o autor americano Willian Dufty estimulou a discussão sobre o açúcar branco com o seu livro Sugar Blues (Ed. Ground). Ele usou as 197 páginas para defender a teoria de que o açúcar vicia e provoca doenças. Na época a publicação causou polêmica. "Mas muitas daquelas idéias fazem sentido até hoje", opina Cynthia Antonaccio. "No entanto, acho que Dufty foi muito radical, sendo contra o consumo de qualquer alimento doce, inclusive de opções saudáveis, como as frutas."
Nos laboratórios, já começou a busca desenfreada por remédios capazes de bloquear o efeito das AGEs. Essas drogas funcionariam como verdadeiros solventes contra os resíduos caramelados sobre as células. Os testes começaram ainda na década de 1990, mas por enquanto tudo não passa de um doce sonho da ciência. "Ainda não há nada publicado sobre o efeito desses remédios em seres humanos", avisa Eliane Tagliari. Por enquanto, além de controlar a dieta, o que se sabe é que substâncias antioxidantes presentes no azeite de oliva, na castanha-do-pará, no abacate e nas frutas cítricas aumentam a resistência das paredes celulares contra as moléculas açucaradas.
CARTAS NA MANGA
Estas dicas evitam que as suas taxas de açúcar aumentem demais e bem rápido
• Faça refeições balanceadas, com alimentos de todos os grupos alimentares — proteínas, fibras e carboidratos.
• Sirva-se de porções pequenas.
• Se estiver com vontade de comer um doce, aproveite para saboreá-lo na sobremesa, depois de uma boa refeição. É muito pior comer o doce antes e com a barriga vazia.
• Evite bater os alimentos no liquidificador, pois isso diminui a quantidade de fibras. Aprenda: fibras dificultam a absorção do açúcar na digestão e, sem elas por perto, o IG dos alimentos vai para as alturas.
• Esta dica é conseqüência da anterior: inclua mais fibras em cada refeição e maneire nos alimentos ricos em carboidratos.
• Dê preferência aos alimentos crus. Se tiver que cozinhá-los, deixe-os no fogo o mínimo possível. Quanto mais cozidos, maior o IG.
• Procure não comer nada com alto índice glicêmico depois das 19 horas. A partir desse horário, o funcionamento de todo o organismo tende a ficar mais lento a digestão inclusive e isso potencializa a ação de um alimento com alto IG.
AÇÚCAR NA BERLINDA
Nos anos de 1980, o autor americano Willian Dufty estimulou a discussão sobre o açúcar branco com o seu livro Sugar Blues (Ed. Ground). Ele usou as 197 páginas para defender a teoria de que o açúcar vicia e provoca doenças. Na época a publicação causou polêmica. "Mas muitas daquelas idéias fazem sentido até hoje", opina Cynthia Antonaccio. "No entanto, acho que Dufty foi muito radical, sendo contra o consumo de qualquer alimento doce, inclusive de opções saudáveis, como as frutas."
Revista Saúde da Abril
http://saude.abril.com.br/edicoes/0266/nutricao/conteudo_103559.shtml
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